O indivíduo versus a ilusão da realidade consensual

escrito por  Jon Rappoport

21 de julho de 2017


Esse é um assunto tão cheio de energia que eu poderia começar de várias formas.

Mas vamos começar por aqui: o indivíduo é único. Ele não é outra coisa senão ele mesmo. Ele é único porque tem suas próprias ideias, porque tem seus próprios desejos, porque tem seu próprio poder.

Esse poder não pertence a mais ninguém.

Esse poder não pertence ao Estado. O Estado sempre irá sugerir que ele próprio é quem fornece poder ao indivíduo, mas isso é uma mentira divulgada com má intenção.

Enquanto todos os demais tentam fabricar conexões com o grupo, sob o argumento de um falso senso de comunidade, o indivíduo vai para a direção oposta. 

Philip K. Dick: "Insanidade - ter de construir uma imagem da própria vida fazendo perguntas a outras pessoas."

Realidade consensual é a realidade do sacrifício. É energia coagulante. É espectro, conteúdo, substância amorfa cheia de fendas onde as pessoas se encaixam.

O indivíduo independente pensa aquilo que ele deseja pensar. E com o passar do tempo ele progride para se aproximar de níveis cada vez mais únicos daquilo que deseja pensar.

Ele se eleva para seus próprios pensamentos.

Não há assunto e não há conteúdo que não estejam infiltrados por realidade consensual. Para onde quer que olhe, isso é o que você encontrará. O grupo é a base da realidade consensual, e o pacto grupal se estende para todos os lugares. O grupo teme um setor onde o pensamento individual possa circular.

Isso seria um perigo para a ilusão. "Nós temos as coisas bem controladas na maioria dos lugares, mas ali naquele lugar, e naquele outro, nós não estamos no comando."

Não, isso não funciona para o grupo. As exceções seriam como explodir um buraco na regra.

"Fique longe da esquina da Rua 34 com a Avenida Lexinton. Algo muito estranho está acontecendo lá. Nós fomos até aquele lugar, tentamos injetar consenso naquele ponto e não funcionou. Nosso 'compartilhamento' de energia bate naquela esquina mas quica para longe. Talvez tenhamos que chamar a polícia para cercar e isolar aquele lugar."

"O consenso grupal está se dissolvendo e fragmentando na Área 768-B! Chame os professores e eruditos! Desmoralize o indivíduo! Chame-o de monstro! Faça algo rápido!"

Realidade consensual é uma ilusão, no sentido em que nós a podemos ver, mas não nos associamos a ela.

O indivíduo pode escolher. Isso não significa que o consenso irá necessariamente desaparecer; você ainda pode vê-lo, mas você o vê sem o aceitar.

Você pode enxergar o oásis no deserto e sabe que é uma miragem. Você tem sua própria água, e não precisa correr até a miragem e cair de joelhos tentando beber daquela piscina.

Philip K. Dick: "Como hoje vivemos numa sociedade onde falsas realidades são fabricadas pela mídia, por governos, por grandes corporações, por grupos religiosos, grupos políticos... cada vez mais nós somos bombardeados por pseudo-realidades fabricadas por mecanismos eletrônicos muito sofisticados... E isso é um poder assombroso: o poder de criar universos inteiros, universos da mente. Eu sei como é. Eu faço a mesma coisa."

O indivíduo livre e forte evolui. Ele não permanece o mesmo. Ele continua a criar novas ideias, nova energia, nova invenção. Ele se torna maior. Ganha mais poder.

Quando a ilusão da realidade consensual atinge um nível maior do que o mero slogan, ela entra no universo dos sistemas. Essa é sua forma mais convincente. Um sistema parece ser impermeável. Cada uma de suas partes possui relação com o todo.

Isso é interessante, porque imita o que um grupo é. Cada membro é uma parte que se conecta com o todo.

Consenso como sistema, é como um jogo de xadrez onde todas as jogadas seguem sempre a mesma sequência de movimentos, de novo e de novo. O jogo um é como o jogo dois, três, quatro...

É daí que vem a ilusão do poder.

O indivíduo, porém, não procede de acordo com sistemas. Ele não está se movendo de um contexto fechado para outro.

Consenso é a moeda do rei. É forçado desde o topo e é aceito lá em baixo. Uma mão lava a outra.

Sociedades podem começar através do consenso, mas se houver coragem, irão mudar o seu foco para parar de coagir o indivíduo. E não aceitando a coerção, o indivíduo afirma sua liberdade, pois, afinal, é sua liberdade, desde o começo, não do grupo. Ninguém dá a liberdade a ele.

A sociedade terrestre caminhou rapidamente para uma inversão, uma estrutura ao contrário, onde a liberdade é vista como um privilégio concedido de má-vontade, na ausência de um motivo para tirá-lo.

O grupo tem um conceito de normal. Normal é como uma mensagem transmitida, de mão a mão, e quando se olha de perto para essa mensagem, na busca de conteúdo, ela se dissolve. Realmente não há nada lá.

O consenso do grupo é uma estúpida colmeia protegendo um vácuo.

Isto é o que ocasionalmente acontece com pessoas que tem ideologias políticas confusas. As pessoas da esquerda movem-se cada vez mais para a esquerda e as pessoas da direita movem-se cada vez mais para a direita. Finalmente, elas estão tão distantes do Estado, que se encontram e se encaram em estado de choque. Nesse momento, elas são apenas indivíduos.

"Mas a sociedade funciona em grupos! Deve haver grupos!"

E o que? O indivíduo deve então ceder, aderir e pertencer?

A realidade consensual é um desenho animado que tenta se tornar tão real quanto o aço. O que desconstrói o aço e expõe o desenho animado? Só há uma coisa que pode fazer isso. Nada e ninguém mais pode fazer isso.

O indivíduo faz.




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